sexta-feira, 20 de julho de 2012

Saudade


A vida lá fora pulsava. Gritava, agonizante, os horrores da humanidade. “Bandido, eu te mato!”... Não era uma noite de serenatas. No radio, um pastor evangélico exorcizava demônios. Em outra estação, os sussurros de um estilo musical morto. Opera. Rock. Tudo e nada ao mesmo tempo, e com uma profundidade extasiante. “Se você voltar aqui eu te mato!”... De novo. A beleza de ser humano e sentir, o não sentir e a necessidade de preenchimento.
Vícios, retórica e meias verdades. Será que essa mulher estava mesmo possuída? E se estiver possuída, o que seria o limite entre o bem e o mal? Porque coisas boas acontecem à pessoas más e ruins à pessoas boas? Existe a bondade, e a maldade, e em qual medida?

Bondade é a qualidade correspondente a ser bom, ou seja, a qualidade de manifestar satisfatoriamente alguma perfeição, que se pode aplicar a pessoas, coisas e situações.

Dificil acreditar que a bondade não seja um gnomo inexistente. Mas tem horas que acredito nesse gnomo.
Quando no meu pesar, a bondade se manifesta na preocupação. Ou quando nos preocupamos em simplesmente ligar, ou perguntar como vai. Talvez o defeito, que não permite encontrar a (dita) perfeição da bondade seja procura-la em muitos lugares, quando ela está ao seu lado de forma sutil.

Não suma curica...

Sinto saudades. Saudade de pessoas boas, que estão longe, mas dentro de mim. Sinto saudades de não sentir. Sinto saudades de quando achava que tudo era bondade.

2 comentários:

  1. "saudades de quando achava que tudo era bondade"

    o que dizer diante disso? também sinto falta disso, que vai embora junto com a inocência infantil, aquela que faz você crer que não faz mal subir na árvore mais alta do morro mais alto, você nunca vai morrer, você é eterno.
    a eternidade pueril é a bondade plena.

    mas se hoje tudo não é bondade, temos que saber reconhecer os resquícios dela, a sua totalidade fragmentada, "é o que tem pra hoje" e pra hoje tábom!

    =**

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  2. =*
    A bondade que nos cerca e a esperança que teima em resistir. E mesmo nos momentos de mais desespero, essa fé que se acende como uma pequena chama na escuridão.
    E há um provérbio que diz que aquele que acende a lamparina para outrem ilumina o próprio caminho.

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