segunda-feira, 16 de julho de 2012

Esboço n.º 2.


Capitulo II – o tempo não é linear.

Não há como delimitar o tempo. Relogios, tique-taques, segundos, horas. Horas que parecem segundos, segundos que sempre retornam à mente, minutos intermináveis. Não, o tempo não é linear. Estava pensando em segundas-feiras chuvosas, e eis que surge uma assim, maravilhosamente terrível.
Pessoas apressadas, pensando em afazeres, compromissos e relógios. Tempo. Correria. Relatividade.
Somos escravos de um tempo que não nos pertence, que gastamos procurando ter mais tempo e no final das contas, não nos sobra sequer tempo para reflexão. As pessoas que imaginamos que tem algum tempo não o tem suficiente, e às vezes quem não tem tempo o tem de sobra. É completamente não lógico, e nem um pouco linear.
Escolhemos dedicar nossas vidas a linhas do tempo, escrevendo o que estamos pensando, às vezes o que estamos fazendo e outras vezes até mesmo onde estamos. Nos cercamos de aparatos tecnológicos que nos distanciam, observamos à distancia aquilo que podia ser vivido intensamente porque afastamos nossos sentidos do sentimento.
Estamos aqui, ligados, trocando pensamentos profundos, mas nos negamos ao toque. Nos embebemos de imagens, não de cheiros. Pensamos que vivemos e vegetamos em frente à telas que às vezes cabem na palma de nossas mãos.
E nos iludimos pensando que somos ativistas, pensadores e amantes.

2 comentários:

  1. Pois é, somos revolucionários virtuais,rs.

    Lembrou algo que também escrevi um dia

    http://cafeecronopios.blogspot.com.br/2011/07/manifesto-da-desumanizacao.html

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  2. Nunca me senti tão vazia mesmo mostrando-me tão cheia.

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