quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vazamentos anormais.

Que em todo corte vaza um pouco de mim, eu sei.
E que tem vazado tanto que acho que estou com goteira.
Vaza de enxurrada, nao vaza mais de corta-pingo como antes.
Parece que o sangue virou areia, daquela bem fininha que o vento carrega.
E de maldade só, porque o vento nem há de fazer nada com a areia.
Eu podia usar com cimento e pedrinhas pra construir uma caixa onde me esconder.
Que toda vez que eu corto vaza um pouco de mim.
Eu nem sei porque eu sou assim...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pontos reticentes

Ao viciado, a bebida. À bebida, o vício.
E ao vício a cólera.
À cólera, teus olhos, rasgados, estraçalhados.
Aos frangalhos, a mentira mais deslavada.
À mentira, a navalha, a navalha.
Na carne viva e ensanguentada
Dessa sociedade descarada.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tatuagem.

Quero gritar alegrias
E amar o amor
Sem anestesia
Só poesia e calor

Um sentimento abstrato
Sem nome ou formato
Que me tome de assalto
Me faça morrer em teus lábios

Não venha suavemente
Não suspire doçuras
Inspira-me abruptamente
Me faça cometer loucuras

Seja a carne e o espírito
O sussurro e o grito
Um sentimento profano
Insano e santo.