quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sem título e rementente

Já escreveu alguma coisa pensando "será que tal pessoa vai ler"? Já se pegou num momento de inexorável solidão, em que tudo parece um grande abismo, em que nada parece valer tanto a pena e você se pega pensando se "tal pessoa vai ler"?
Da forma mais desimportante possível, daquele jeito que deveria ser o menos pretensioso, você se apega a milhões de bytes e k-bytes que te separam de milhões e milhões de pessoas e se põe a pensar num único ser elementar que provavelmente dorme neste momento o sono dos justos.
Daí parei pra ponderar nos motivos do que pensava Platão, abaixei o volume da TV, parei. Dez minutos olhando para o monitor pensando se a tal pessoa vai ler. Cena romântica. Acaba o filme.
Acaba o pensamento, não acaba o sentimento. Mas o tempo é remédio que cura (e não cura). Por mais que hoje pareça que não acaba, uma hora acaba-se por esquecer qualquer coisa lá que tinha, do que falávamos?
Ah sim. De k-bytes. E de pessoas que vão ler.
E sim, quem sabe você.