terça-feira, 14 de agosto de 2012

Brancas negras nuvens passageiras são apenas...

Nuvens. Adoro algodão doce. E chuva. E chovia.
Porque toda boa historia que se preza começa com uma chuva torrencial. E como nuvens negras, que espremem milhares de litros de água sobre uma única casa.
Um terror à brasileira bem que poderia explorar milhares de litros de água sobre um pequeno barraco à beira do córrego. Talvez alguns dissessem que isso é desumano demais, mas, oras, é desumano na ficção e não é na vida real?
Classe média ou miserável, tem que começar com chuva.
E as gotas da chuva se confundem com o choro e o sangue do protagonista. A bem da verdade, não se começa uma boa história matando o protagonista... Tem que matar o cavalo do protagonista, ou o cachorro, ou o gato siamês (tem que ter raça, viralata não dá pé). Pois bem, confundiam-se as lágrimas do protagonista com o sangue do bichinho e com a chuva, e é aquela cena toda.
E passos são ouvidos. Mas há uma incoerência...
Como numa chuva torrencial, que eu já não consigo imaginar sem trovões e relâmpagos, chorando por um bichinho X (que já estou pensando, podia ser um desses patinhos engraçadinhos) alguém vai ouvir passos? Não, veja lá! Se os sapatos forem Prada, bem que dá! Mas, molhar um Prada?  Seria um baita desperdício! Vamos então dizer que o protagonista, chorando copiosamente por seu patinho, numa chuva dos diabos e quase tomando relâmpago nas ventas, ouve o motor de um belíssimo carro, último modelo, importado.
Tem que ser importado porque nacional não dá glamour.
Agora me desconcentrei. O diacho da internet deu pau. Então pensei: pra ser uma coisa chique, ultima tendência em Paris, tem que ser retrô. Então a história será ambientada em 1.920, e eu nem sei qual carro era o plus da época. Será que era o Fusca?
Mas, voltando à história, nessa chuva dos infernos e com uma porcaria de pato assado na mão (decido agora que esse lazarento morreu eletrocutado por um raio), chega a porra duma Brasilia com uma velha caquética e cheia de pó de arroz na cara, com um guarda-chuva que mais parecia um guarda-sol.
Se vira para a protagonista e diz:
-...

É gente, acho que sai do clima da história. A chuva bodeou os planos do verão na França.

3 comentários:

  1. eu acho que o protagonista não só pode morrer no começo, como poder começar o filme com ele já morto. e quem conta a história é a velha, enquanto come o pato assado.

    rs

    (L)

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  2. Ele pode morrer atropelado por um fusca ou de bala perdida, pensar que está no inferno porque está fazendo churrasco de pato porque deus não é brasileiro. Se fosse, Marx era baiano.

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