segunda-feira, 3 de junho de 2013

úlcera.

O vento, a alma.
Será o vento uma alma, a vida um sopro?
Corro, cara escancarada contra o vento
Rindo quando deveria chorar, pranteando meus risos.
Vivo nua, despudorada de mim mesma.
Sentindo a carne cortante das palavras não ditas
O ardido violeta das memórias mentidas
Como se fosse uma criança a cair em cada esquina
Levantando, só pra cair de novo.
Me equilibrando na ponta dos pés
À beira do precipício, kamikaze.
Paixão pura, fé cheia de medos.
Porque o medo não abandona quem tem vontade.
Punho levantado, passos firmes, e vacilantes.
Filme dos meus momentos errantes.
Pulsantes.
Vibrantes.
A suave pele que cortada sangra
O escarlate vivo do amor sentido.
Quantos dedos para apontar
O coração ferido.
Flutuando entre a esperança e a quase-vida
O vento me mantém
O sopro da vida.
O medo, o medo.
Um simples sopro para aliviar a úlcera.

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