sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Visões noturnas

Eu  não deixaria de ter essa visões mesmo quando fechasse os olhos. Na multidão, faces e sentimentos omissos e aclamados.
A vida de quem bebe para esquecer e a indiferença de quem bebe nas taças.
O medo do caminhante, a solidão das aparências e a certeza da conveniência de ser vazio.
O amor platônico, o ódio recíproco, a vontade reprimida.
Todos os sentimentos em todas as faces, e em cada uma das faces a vida se esvaindo, sentindo a areia do tempo correr entre as rugas.
Poderia dormir mil anos e ainda veria seus rostos de medo e dor, de incertezas sólidas e carências vividas.
Ainda assim desejaria seus olhos e seu desejo sobre mim. De tudo o que vi apenas guardei aquele olhar perdido, que nem sei se projetava minha imagem ou a parede.
E, voltando para os sentimentos, temos o Platão numa taça, embriagando-se da indiferença que o sentimento cultiva.

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